Captar recursos é um passo decisivo para que startups da bioeconomia consigam crescer, se estruturar e gerar impacto positivo de forma sustentável.
Mais do que acesso a capital, encontrar o investidor certo pode abrir portas para conexões com parceiros estratégicos, com acesso a mentorias e suporte para o desenvolvimento do negócio.
Nesse processo, é preciso entender o momento da startup e conhecer as diferentes possibilidades para criar uma estratégia de captação alinhada com os objetivos e o estágio de maturidade da empresa.
Neste artigo, conheça os desafios da captação de recursos para negócios de impacto e os requisitos para captar investimentos. Confira!
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Captação de recursos na bioeconomia: quem são os investidores?
Ter o apoio de um investidor é um passo estratégico para startups da bioeconomia, pois possibilita o acesso a recursos financeiros e a conexões, proporcionando expertise e aceleração do negócio de impacto.
Investidores-anjo, por exemplo, são pessoas físicas que injetam capital nas fases iniciais, geralmente agregando também mentoria e networking. Já os parceiros de crédito oferecem linhas de financiamento específicas para apoiar a expansão dos negócios.
Venture builders, por sua vez, vão além do investimento financeiro, atuando no desenvolvimento e gestão da startup, enquanto editais de instituições públicas ou privadas representam oportunidades valiosas de fomento, principalmente em setores inovadores como a bioeconomia.
Compreender essas opções e encontrar o parceiro certo potencializa o impacto e a escalabilidade das soluções.
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Desafios da captação de recursos para negócios de impacto
A captação de recursos para negócios da bioeconomia enfrenta o desafio de lidar com dois extremos.
De um lado, o capital não reembolsável, como grants e editais públicos voltados à indução de novas ideias. Do outro, fundos de investimento que exigem alto nível de maturidade e tração, muitas vezes incompatíveis com a realidade das startups amazônicas.
Entre esses pólos, há uma lacuna de mecanismos intermediários que tornam o acesso ao capital mais acessível e adequado. Cada startup tem particularidades — como estágio de desenvolvimento, segmento de atuação e modelo de negócio — que exigem estratégias personalizadas de captação.
Por isso, entender o momento da empresa é fundamental para escolher o tipo certo de recurso, seja crédito, investimento em participação ou subvenção.
Além disso, o processo de “match” entre startups e investidores é desafiador, já que muitas vezes as oportunidades não estão visíveis para ambos os lados, exigindo hubs de conexão e apoio técnico para alinhar interesses, modelagens financeiras e objetivos de impacto.
Requisitos para negócios de impactos captarem investimentos
De acordo com Victor Augusto Moreira, coordenador de projetos na CERTI e na Jornada Amazônia, para que negócios de impacto consigam captar investimentos, especialmente no contexto da bioeconomia amazônica, é preciso atender a três requisitos principais: clareza no objetivo de captação, uma boa modelagem financeira e um processo consistente de valuation.
O primeiro passo é entender por que e para que se está captando recursos, para em seguida, na segunda etapa, construir uma modelagem financeira sólida, importante para a segurança dos investidores e parceiros sobre como o capital será utilizado e quais resultados se pretende alcançar.
Em seguida, o negócio precisa conhecer seu próprio valuation, ou seja, saber quanto vale e estar preparado para negociar a participação acionária com potenciais investidores.
Além disso, Moreira ressalta que no caso da bioeconomia amazônica, as estratégias de captação tendem a ser muito customizadas, variando conforme o segmento e o estágio de maturidade da startup.
“A captação de uma startup geralmente não envolve apenas um tipo de mecanismo, como crédito ou investimento. Muitas vezes, é uma combinação de diferentes instrumentos em cada rodada”, detalha Moreira.
>> Leia também: Como captar recursos de investimento para startups de impacto e 8 termos que você precisa saber.
O papel-chave da Jornada Amazônia na aproximação de recurso e startup
A Jornada Amazônia é uma plataforma que conecta negócios de impacto a investidores alinhados com sua missão, identificando oportunidades estratégicas desde os estágios iniciais. Ela oferece suporte técnico e mentorias especializadas que fortalecem a tomada de decisão.
Após o investimento, a Jornada segue acompanhando os resultados para garantir impacto real e sustentável na região.
Um exemplo de negócio de impacto que passou por essa experiência foi a Hylaea Amazonian Ibogaine, startup especializada no desenvolvimento em larga escala de matérias-primas vegetais, que produz compostos bioativos essenciais para a indústria farmacêutica global.
A empresa participou dos programas Sinergia e Sinergia Investimentos, que foram fundamentais para sua jornada de amadurecimento. O apoio recebido resultou em conexões estratégicas e na consolidação de um aporte privado de R$300 mil.
Além disso, a Hylaea atingiu a marca de R$8,5 milhões em valuation, demonstrando seu potencial de mercado.
“A Jornada Amazônia transformou nosso negócio com conhecimento, conexões e visibilidade. Nosso primeiro investimento veio mais de um ano após o programa, mostrando que o impacto do Sinergia continua mesmo depois que ele termina“, conta Ricardo Marques, fundador da Hylaea Amazonian Ibogaine
Já a AeroRiver é uma startup de mobilidade que desenvolve soluções para o transporte de pessoas e cargas na Amazônia. Seu principal diferencial é um veículo de efeito solo, pensado para superar longas distâncias na região com agilidade.
Durante sua trajetória, a organização participou dos programas Sinergia e Sinergia Investimentos, que contribuíram diretamente para o fortalecimento de sua estratégia e estrutura organizacional.
Com apoio técnico, conquistou R$10 milhões em subvenção econômica para desenvolver seu veículo em escala real. Em 2024, avançou na captação de novos investimentos privados, consolidando sua atuação no setor.
“A Jornada Amazônia foi decisiva para estruturarmos a AeroRiver e alcançarmos marcos importantes, como R$10 milhões em subvenção econômica via FINEP para desenvolver nosso veículo. E em 2024, avançamos na captação de novos investimentos privados”, afirma Lucas Guimarães, cofundador e diretor executivo.
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