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O diferencial e as vantagens competitivas das empresas estão cada vez mais relacionadas a suas práticas e atributos de sustentabilidade. A transição da economia global rumo a um futuro regenerativo e de baixo carbono tem colocado a questão ambiental no centro dos debates e regulamentações das cadeias globais.

Governos e instituições lançam novas propostas para promover e induzir a sustentabilidade nas empresas. E antecipar-se ou adequar-se a estas regulamentações torna-se um importante fator para garantir a sobrevivência e a competitividade no cenário internacional.

Vamos entender melhor o papel da sustentabilidade na competitividade das empresas, especificamente das brasileiras. Acompanhe!

O panorama da sustentabilidade no mercado brasileiro e no mundo

A sustentabilidade tornou-se aspecto fundamental para a competitividade das empresas – tanto no panorama nacional quanto internacional.

Governos de todo o mundo vêm aprovando medidas para promover a sustentabilidade no meio corporativo, ao mesmo tempo que muitas empresas dão um passo à frente e condicionam suas relações comerciais a esse fator.

Em 2023, o Ministério da Fazendo apresentou, na COP 28, o Plano de Transformação Ecológica. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável e, para isso, estão previstos investimentos entre US$ 130 bilhões e US$ 160 bilhões ao ano.

O plano abrange a sustentabilidade em seu conceito mais amplo. Isso porque não prevê apenas recursos para iniciativas e projetos que ajudem a proteger e melhorar o meio ambiente, mas também para reduzir as desigualdades sociais.

Para isso, o plano é estruturado em seis eixos:

  • Financiamento sustentável;
  • Desenvolvimento tecnológico;
  • Bioeconomia;
  • Transição energética;
  • Economia circular;
  • Infraestrutura e adaptação às mudanças climáticas.

Na esteira deste movimento, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) apresentou a Nova Indústria Brasil (NIB). Entre as metas estipuladas até 2033, a sustentabilidade tem papel central para a retomada da industrialização no País e seu desenvolvimento econômico.

O documento prevê, por exemplo, novas políticas relacionadas ao mercado regulado de carbono e a taxonomia verde, além de programas para aumentar a sustentabilidade na cadeia automotiva.

Como comentamos, esses movimentos do Brasil são de extrema importância para alinhar todo o potencial sustentável do País ao cenário global.

Mecanismos globais irão impactar o Brasil diretamente

Em todo o mundo, já existem mudanças em curso que podem impactar a balança comercial brasileira e a atração de novos investimentos para o País.

Uma delas é o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM ou Mecanismo de Ajuste Fronteiriço de Carbono, em tradução livre).

Trata-se de uma nova regulamentação da União Europeia (UE) que prevê aplicação de uma tarifa sobre o valor de exportação de alguns produtos para o bloco, relativas às emissões de carbono resultantes de sua produção.

Ela tem como base a precificação equivalente caso houvessem sido produzidas internamente no bloco. Na fase inicial do novo mecanismo, será aplicado a produtos como cimento, ferro, metal, alumínio, entre outros.

Outra medida importante que vem por aí é o Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CS3D), na Europa.

A novidade tem relação com a área de compliance, relacionando-a diretamente a planos concretos de mitigação dos impactos não apenas ambientais, mas também sociais das empresas de setores considerados de alto risco – dois dos pilares do ESG. Entre eles, têxtil, pesca, alimentos e bebidas, agricultura e minerais (gás, aço, petróleo etc.).

Essa é uma novidade que pode gerar grandes reflexos sobretudo em países em desenvolvimento, como o Brasil. Isso porque as comunidades afetadas pelas atividades das organizações ganham força, seja por meio da implementação de canais de ouvidoria quanto pelo maior acesso às cortes europeias.

Avanços na fiscalização das cadeias de produção

A União Europeia também avança na proteção das florestas. A nova lei antidesmatamento do bloco – Deforestation-free Regulation (EUDR) – preconiza que, a partir de dezembro de 2024, as empresas serão responsáveis por fiscalizar suas cadeias de suprimento para garantir que seus insumos não tenham relação com atividades de desmatamento.

Isso inclui, por exemplo, a obrigatoriedade de garantir que os produtos foram produzidos seguindo a legislação do país de origem e que houve o devido processo de due diligence (coleta de dados, avaliação de risco etc.). Está prevista também a proibição de exportação em caso de não conformidade por parte das empresas.

Entre os produtos que estão sujeitos à norma estão soja, madeira, café, cacau, óleo de palma, carne bovina e borracha. Ou seja, o Brasil é diretamente impactado por essa medida e, por isso, é urgente avançar nas questões relacionadas à sustentabilidade para garantir a competitividade das empresas nacionais.

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A importância da sustentabilidade para o presente e o futuro das empresas

A integração de atributos de sustentabilidade ao centro da estratégia dos negócios é uma realidade mais atual do que nunca. As novas regulamentações e metas já citadas neste texto  estão, em sua maioria, em vigor.

E para se ter uma ideia de como este é um movimento que já vem acontecendo, mais de 300 empresas globais se comprometeram a publicar relatórios especificamente ligados à natureza nos seus negócios.

Os relatórios vão seguir os parâmetros definidos pela Task force on Nature-related Financial Disclosures (TNFD), uma iniciativa global com participação do mercado e de governos. No Brasil, empresas do porte de Suzano, Natura e Vale se uniram a essa iniciativa.

Isso é apenas um exemplo da centralidade que as questões sustentáveis têm para a competitividade das empresas, inclusive no âmbito global. A transformação não é para amanhã; ela já está ocorrendo agora.

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Como a sustentabilidade ajuda a promover a competitividade das empresas

A sustentabilidade no contexto empresarial refere-se a uma transformação das práticas das organizações no sentido de alinhar seu crescimento e processos com as questões socioambientais mais latentes.

Trata-se de estar em consonância com as principais diretrizes e regulamentações da cadeia global. Mas há outros reflexos que podem influenciar na competitividade das empresas.

Trazer a sustentabilidade para as rotinas corporativas – geralmente por meio do ESG – pode ser um grande impulsionador da inovação.

No setor privado, isso muitas vezes se reflete na redução de custos e riscos, aumento da eficiência, otimização de processos, melhor uso de recursos, desenvolvimento de novos modelos de negócio e até mesmo na atração de investimentos. Ou seja, impacta positivamente na saúde financeira do negócio e na sua imagem perante o mercado.

Há, ainda, outro aspecto relevante: por meio da sustentabilidade, a empresa não apenas se consolida na economia verde, mas também abre as portas à bioeconomia.

Este campo não é restrito a startups e modelos de negócios disruptivos. A bioeconomia para empresas tradicionais pode justamente potencializar a inovação e a adoção de tecnologias verdes. Isso dá a essas empresas um diferencial competitivo, agregando valor a seus produtos e impulsionando sua competitividade.

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