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Garantir a sustentabilidade na cadeia de valor não se trata apenas de uma questão de preocupação com o planeta e as futuras gerações. Essa é uma medida essencial também para o sucesso de um negócio.

A preocupação com ações socioambientais que causem impacto positivo tem crescido entre consumidores, investidores, outras partes interessadas e governos. Ou seja, buscar a sustentabilidade torna-se um imperativo para as empresas que querem crescer e se destacar no mercado a partir de medidas positivas.

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Por que buscar sustentabilidade na cadeia de valor?

As emergências ambientais vêm causando uma mudança importante na percepção de pessoas, empresas e governo acerca do tema da sustentabilidade.

Uma pesquisa Ibope realizada recentemente mostra que 77% dos brasileiros consideram que a proteção do meio ambiente é urgente. Já um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o número de brasileiros que buscam ter hábitos sustentáveis chega a 81%.

Essa preocupação tem reflexos diretos no comportamento de consumo das pessoas. Um levantamento da Union + Webster mostra que 87% dos brasileiros preferem comprar de empresas com práticas sustentáveis. E mais: 70% deles não se importam em pagar a mais por isso.

A questão da sustentabilidade também vem orientando políticas de diferentes países. Na União Europeia, por exemplo, três novas medidas chamam a atenção.

A primeira delas é Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM). Conhecido como “imposto do carbono”, a legislação institui uma taxação relativa à emissão de carbono na cadeia produtiva de alguns insumos, como aço e fertilizantes.

Outra é a Deforestation-free Regulation (EUDR). A nova regulamentação prevê a proibição da importação para o bloco de produtos ligados a práticas de desmatamento e que não sigam a legislação do seu país de origem.

Por fim, a Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CS3D) estabelece obrigações de reporte e Due Dilligence relacionadas a fatores E&S (entre eles, direitos humanos e biodiversidade) para toda a cadeia de valor de diversos setores econômicos. A nova medida deverá ser a mais impactante em termos de abrangência para fornecedores diretos e indiretos de empresas europeias. 

Todo esse contexto é importante para entender que os investimentos em sustentabilidade, por parte das empresas, não são apenas uma demanda ambiental, de preocupação com o futuro do planeta, mas também do próprio mercado. E, vale destacar, o conceito não abrange apenas questões ambientais, mas também sociais.

Sendo assim, diante de novas legislações e da preferência crescente dos consumidores por produtos de empresas com práticas socioambientalmente positivas, o investimento em sustentabilidade na cadeia de valor tem potencial para se tornar um diferencial competitivo para as empresas.

Isso ajuda na atração de investidores, na conquista de novos clientes e na melhoria da imagem do negócio junto ao mercado. Além disso, existem, hoje, benefícios fiscais criados com condicionantes ligadas à sustentabilidade.

Como exemplo podemos citar o ICMS Verde. Trata-se da redistribuição dos recursos de ICMS dos estados aos municípios que se comprometam com políticas de preservação ambiental. 

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Como priorizar práticas sustentáveis na cadeia de valor?

Garantir a sustentabilidade na cadeia de valor exige um esforço das empresas na estruturação de muitas das suas atividades, envolvendo também os seus stakeholders. As ações devem ser guiadas por uma gestão estratégica dos impactos socioambientais ao longo da cadeia (matérias-primas e serviços). 

Nesse sentido, um dos principais focos é assegurar parceiros (em especial, os fornecedores) que estejam alinhados às diretrizes de sustentabilidade e de governança da empresa. Trata-se, em outras palavras, de realizar o monitoramento e a gestão de riscos e oportunidades, estabelecendo critérios para garantir a sustentabilidade nos processos ao longo da cadeia.

Isso posto, existem alguns passos essenciais para garantir a sustentabilidade na cadeia de valor. Destacamos:

Entenda sua cadeia de suprimentos

Os fornecedores não devem mais ser enxergados apenas sob a perspectiva do cumprimento dos prazos e da qualidade das entregas. É preciso preocupar-se com “como” este parceiro cumpre com a sua parte do acordo.

É por isso que falamos em monitoramento e gestão de riscos. A empresa precisa criar critérios claros para a atuação dos seus parceiros e acompanhar constantemente seus serviços e as oportunidades de sustentabilidade e inovação que se apresentem.

Defina os requisitos mínimos

A empresa é o elo principal na cadeia de valor em que ela faz parte. Por isso mesmo, tem poder para estabelecer critérios e requisitos mínimos a seus parceiros.

Antes, porém, ela deve estabelecer políticas internas claras que estejam alinhadas com os valores que ela deseja passar e exigir ao longo da cadeia. Esse é o ponto de partida para que ela possa fazer uma análise objetiva dos seus parceiros, reformular processos e definir métodos para medir e avaliar esses esforços.

Vale dizer que, juntamente com esses requisitos, é importante que haja mecanismos para garantir a rastreabilidade dos processos e realizar as devidas diligências (Due Diligence) com seus fornecedores, prestadores de serviço e outros parceiros.

Esse processo não deve envolver apenas aspectos ambientais, como garantir que a matéria-prima não venha de atividades ligadas ao dematamento ilegal, mas também questões sociais. Isso envolve, principalmente, processos que respeitem os direitos humanos, livres de trabalho infantil ou análogo à escravidão, por exemplo.

Analise seus fornecedores

Como comentamos, para garantir a sustentabilidade na cadeia de valor, o ideal é que haja avaliações periódicas dos fornecedores, bem como de outros parceiros.

Além da análise costumeira da qualidade dos serviços e da matéria-prima, esse monitoramento deve buscar questões relevantes para o negócio, como segurança do trabalho nessas empresas, o cumprimento da legislação – em especial referente às questões socioambientais – e as medidas sustentáveis colocadas em prática.

Conheça novos negócios sustentáveis

Por fim, também é importante monitorar outras empresas do mesmo setor como benchmarking para conhecer cases de sucesso e outros modelos de negócios inovadores e sustentáveis que possam existir no mesmo mercado. A ideia é se inspirar e aprender com os erros e acertos de quem já percorreu este caminho.

Isso nos leva à necessidade do desenvolvimento de ecossistemas interligados, com mecanismos que garantam o relacionamento e a aproximação da indústria com negócios de impacto. E isso é particularmente importante em locais como a Amazônia.

O ecossistema de inovação da floresta vem se desenvolvendo, abrindo espaço para novos produtos, serviços e modelos de negócio que ajudem a garantir a sustentabilidade na cadeia de valor, ajudando a preservar e valorizar a floresta em pé e as populações locais.

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