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Com as temáticas da transição energética, créditos de carbono e descarbonização se tornando cada vez mais evidentes para os negócios, o Brasil ganha destaque como um dos países com maior potencial em oportunidades de mercado alinhadas a este novo cenário econômico. E, para isso, o desenvolvimento da bioeconomia no País é essencial – inclusive para empresas tradicionais, que têm muito a contribuir e a se beneficiar dessa aliança.

A relação entre bioeconomia e indústria

No contexto global, há um crescente interesse de empresas, governos, consumidores e investidores por negócios de aliem desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

Com uma rápida pesquisa na internet, diferentes portais revelam essa tendência, com manchetes como “sustentabilidade será prioridade para 70% das empresas“, “95% dos brasileiros preferem marcas que investem em sustentabilidade” ou “investidores veem a sustentabilidade como uma prioridade para as empresas“.

Diante deste contexto e expectativas, a bioeconomia se apresenta como um dos principais horizontes de oportunidade para a indústria.

A bioeconomia é um modo de produção focado na biodiversidade e no uso racional dos recursos naturais, baseando-se em novas tecnologias para criar uma economia verdadeiramente sustentável.

Este campo vem se desenhando como elemento-chave para o desenvolvimento sustentável da indústria. Setores como o de alimentos, medicamentos, cosméticos, energia e materiais podem se beneficiar desta abordagem, gerando empregos, renda e promovendo a inovação.

A bioeconomia também tem papel importante na reindustrialização do Brasil. Estima-se que, hoje, a indústria representa apenas 11% do PIB nacional. Há pouco mais de 30 anos, esse valor superava um terço.

Diante do potencial brasileiro no campo da sustentabilidade, a bioeconomia para empresas tradicionais pode potencializar a inovação e as tecnologias verdes. E também para agilizar a criação de políticas de incentivo e do ambiente regulatório necessário para a retomada da industrialização brasileira – com bases sustentáveis.

Em uma matéria publicada no site do governo federal, Bruno César Prosdocimi Nunes, responsável pela área de bioeconomia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reforça essas perspectivas.

“O Brasil tem a chance de protagonizar o desenvolvimento de novos modelos de desenvolvimento sustentável e contribuir para a transição de uma economia linear baseada em matérias-primas e fósseis para uma economia circular e baseada em matérias-primas biológicas e renováveis”, afirma.

“Isso será possível por meio do desenvolvimento de uma bioeconomia que seja circular e sustentável. Ela possui, inclusive, a capacidade de se tornar a impulsionadora da reindustrialização brasileira em bases verdes”, complementa.

Os benefícios da bioeconomia para empresas tradicionais

A bioeconomia traz consigo novas oportunidades e nichos de negócio possibilitando às empresas um diferencial competitivo único e alinhado às demandas globais,  o que também impulsiona a competitividade deste mercado. 

Existe um potencial imenso da bioeconomia para empresas tradicionais. Como vimos, setores muito bem desenvolvidos no Brasil, como a indústria alimentícia, farmacêutica e madeireira, podem se beneficiar dessa mudança de abordagem nos seus negócios.

Para se ter uma ideia, segundo a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a bioeconomia pode gerar US$ 284 bilhões por ano até 2050 – mais de R$ 40 trilhões em apenas 27 anos. As estimativas consideram justamente as ações de setores tradicionais, como alimentício, farmacêutico, cosméticos e genética.

Somente nos próximos dez anos, a Amazônia sozinha representa um potencial cujo valor chega a US$ 50 bilhões.

E tem mais: uma reportagem do jornal Valor Econômico mostra que será possível somar US$ 100 bilhões anuais ao PIB a partir de atividades que reduzam o desmatamento ilegal na floresta.

Dados como esses dão uma ideia do tamanho da oportunidade que a bioeconomia oferece para empresas e setores tradicionais, com o benefício adicional de incorporar aspectos de sustentabilidade às suas atividades. Isso potencializa as práticas ESG e alinha a empresa ao mercado atual, destacando-a também ao olhar do público consumidor e de investidores.

Há, ainda, outro aspecto benéfico da bioeconomia para empresas tradicionais, que são as chamadas externalidades positivas. Com a integração de aspectos como clima e biodiversidade ao seu portfólio de negócios ou rede de fornecedores, as empresas promovem impactos positivos diretos e indiretos ao longo de  toda a sua cadeia produtiva. 

Além de potencializar o desenvolvimento das regiões com as quais se relaciona, fortalecendo o mercado e promovendo melhorias para as comunidades, a empresa também potencialmente reduz suas exposições à riscos relacionados aos ambientes natural, regulatório e de negócios.

Como explorar oportunidades da bioeconomia no contexto organizacional das empresas

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta e é rico em recursos biológicos e matérias-primas renováveis. Isso faz com que tenhamos vantagens competitivas importantes para o desenvolvimento de uma economia regenerativa e de baixo carbono, capaz de competir em níveis globais. 

E as empresas têm papel central neste processo, sobretudo a partir do investimento em tecnologia. É o que destaca Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, em entrevista ao site da ABBI:

“A bioindústria faz uso de tecnologias que ainda estão no estágio de desenvolvimento e escalonamento no mundo, são áreas em que o catch up tecnológico é viável ao Brasil. Além disso, o Brasil dispõe de condições excepcionais de disponibilidade de biodiversidade e de capacidade produtiva sustentável de biomassa, que são os dois principais insumos dessa nova indústria”.

Ele também comenta: “O Brasil tem uma chance única de ser líder mundial e em uma tecnologia e uma indústria para a qual nenhum outro país tem as mesmas condições”.

A alavancagem da bioeconomia por empresas tradicionais pode ser uma das chaves para endereçar as questões climáticas e de sustentabilidade no cerne das mais diversas cadeias produtivas. Isso abre oportunidades para acesso a novos mercados e para a criação/comercialização de produtos de maior valor agregado, que tenham origem em práticas e insumos naturais e sustentáveis.

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