Tendência nos Estados Unidos e na Europa, os produtos clean label fazem parte de uma mudança no mercado influenciada pela demanda dos consumidores por opções mais naturais e saudáveis e com mais transparência em relação à composição do que consomem.
Além do atendimento a essa demanda e de conquistar um diferencial competitivo, as empresas que buscam o selo clean label também contribuem para a questão ambiental, trazendo o foco para insumos orgânicos, naturais e não transgênicos.
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O que é um produto clean label?
Clean label, ou rótulo livre, é um movimento relacionado ao setor de alimentos, focando na oferta de produtos mais saudáveis e no consumo consciente.
Os alimentos e bebidas oferecidos com o selo clean label são livres de substâncias artificiais (corantes, conservantes, espessantes, aromatizantes etc.) e produzidos com insumos naturais e de origem certificada. Por esse motivo, muitos produtos clean label estão relacionados a ingredientes integrais, orgânicos e não transgênicos, embora não seja uma regra.
O movimento também prioriza maior transparência na comunicação dos ingredientes que compõem o produto. Isso significa que os rótulos não apresentam insumos com termos técnicos ou nomes desconhecidos da maioria das pessoas.
Por que desenvolver produtos clean label?
Os dados mais recentes mostram que o brasileiro tem buscado, cada vez mais, produtos que proporcionem uma alimentação mais saudável.
Em 2018, uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou que 80% da população busca uma alimentação saudável. E mais: 71% das pessoas disseram que estão dispostas a pagar mais caro por esses produtos.
Já em 2020, um levantamento da Euromonitor Internacional, mostrou que o mercado de produtos saudáveis (orgânicos, sem glúten, veganos etc.) alcançou R$ 100 bilhões em vendas no Brasil. Não à toa, o País é um dos cinco maiores mercados de alimentos e bebidas saudáveis do mundo.
Dados como esses mostram que há uma demanda latente por produtos mais saudáveis entre os consumidores brasileiros. Em um contexto de aumento da preocupação não apenas com uma alimentação mais equilibrada, mas com o meio ambiente e as questões sociais, as empresas têm muito a ganhar com a produção de itens clean label.
Um exemplo que chama a atenção e indica a força desta tendência foi a compra da marca Mãe Terra, de alimentos naturais, pela gigante Unilever, em 2017.
No entanto, é importante apontar que nem todos os segmentos necessariamente se beneficiarão de uma estratégia voltada ao rótulo limpo. A indústria de produção de alimentos ultraprocessados, com alto teor de substâncias como açúcar e sódio, é um exemplo. Afinal, o público consumidor desses produtos não está, de modo geral, em busca de opções mais saudáveis ou naturais.
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Quais são os requisitos para receber o selo clean label?
Vale destacar que o clean label não é uma certificação nem possui um conjunto de regras estabelecidas. Por enquanto, não existe sequer uma regulamentação no Brasil em relação aos produtos clean label.
De fato, a maior parte dos países ainda não possui normas sobre o assunto. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde essa questão está mais avançada, a Clean Label Project Certification segue essas diretrizes na avaliação dos produtos.
Isso posto, existem três diretrizes que são consenso quando o assunto é a fabricação deste tipo de produto:
- Os ingredientes devem ser naturais e sem adição de substâncias artificiais;
- Os produtos deve ser minimamente processados;
- A lista de ingredientes deve ser curta e de fácil entendimento pelo público geral.
Além dessas diretrizes, o clean label demanda das marcas rastreabilidade controle da cadeia produtiva.
Quando uma empresa se propõe a criar um produto criado com insumos não transgênicos e orgânicos (livres de agrotóxicos), é necessário que ela estabeleça mecanismos para controlar a cadeia de ponta a ponta e garantir que as matérias-primas sejam rastreáveis e tenham origem certificada.
Produtos clean label fazem parte de uma transformação do mercado que visa atender às novas demandas, não apenas do consumidor, como também de outras empresas, investidores e até mesmo governos.
Diante da crise climática e da necessidade de tornar os processos produtivos mais sustentáveis, esses movimentos tendem a ganhar força e serem um diferencial competitivo importante para setores de alimentos e bebidas, como também de cosméticos.
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