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À luz da emergência climática e do papel da Amazônia para regulação térmica do planeta e para minimizar eventos extremos do clima, novas formas de exploração da floresta de forma sustentável vêm sendo propostas e estudadas.

Aliar o desenvolvimento e as atividades econômicas à preservação e recuperação do meio ambiente é um dos maiores desafios postos para este século. Isso passa por um esforço conjunto do poder público com a iniciativa privada, debatendo e propondo medidas para garantir a exploração sustentável, não apenas na Amazônia, como em todos os biomas.

A seguir, vamos entender melhor sobre os avanços e possibilidades da exploração sustentável na Amazônia. Acompanhe!

O que é exploração sustentável?

O que exatamente é exploração sustentável? Basicamente, trata-se do uso dos recursos naturais de forma a evitar seu esgotamento e outros prejuízos ao meio ambiente, como desmatamento e poluição dos cursos d’água.

O Brasil vem avançando aos poucos na regulação da exploração sustentável na Amazônia. Um exemplo é o PL 4.765/2020, que traz diretrizes para o zoneamento ecológico da floresta com o objetivo de garantir a sustentabilidade das atividades econômicas tocadas na região.

Considerando as potencialidades da bioeconomia na Amazônia, o PL regulariza a questão fundiária, o extrativismo, gestão dos recursos hídricos, entre outras atividades.

Outro marco importante é a Lei nº 11.284/2006, o documento “dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável”. Entre seus objetivos está “a descrição das condições necessárias à exploração sustentável dos produtos e serviços florestais”.

Juntamente com a legislação, avançam também iniciativas que visam jogar luz a esse conceito e estimular essas práticas. Um exemplo foi a proposta apresentada por seis entidades brasileiras com 10 princípios da exploração sustentável da Amazônia.

O documento “Amazônia Possível: 10 princípios empresariais para uma Amazônia Sustentável” se propõe a ser um guia para fomentar o desenvolvimento de negócios de impacto na região, incluindo boas práticas.

Os princípios elencados são:

  • Eliminar o desmatamento ilegal na sua cadeia produtiva e trabalhar para reduzir o desmatamento legal, promovendo modelos de negócio que valorizem a floresta em pé.
  • Adotar políticas corporativas e plano de gestão empresarial que promovam mitigação e adaptação às mudanças climáticas em suas operações diretas e na sua cadeia.
  • Adotar políticas corporativas e planos de gestão empresarial que promovam uso sustentável dos recursos da natureza e preservação da biodiversidade.
  • Respeitar os direitos humanos em suas atividades, cadeia produtiva e comunidades, dedicando especial atenção aos grupos vulneráveis. Quando necessário, oferecer mecanismos eficazes de remediação.
  • Assegurar os direitos trabalhistas em todas as etapas da sua cadeia.
  • Garantir o comércio justo de produtos e serviços em todas as transações de mercado.
  • Fortalecer comunidades e fornecedores locais por meio da capacitação e da geração de emprego e renda, promovendo impacto social e econômico positivo na região.
  • Investir em pesquisa e desenvolvimento para uso sustentável dos recursos naturais, fomentar a bioeconomia de floresta em pé e soluções baseadas na natureza, reconhecendo e valorizando o conhecimento de comunidades tradicionais e indígenas.
  • Estabelecer diálogo multissetorial para compreender demandas regionais e fortalecer o desenvolvimento sustentável territorial.
  • Garantir a rastreabilidade da cadeia produtiva e assegurar a transparência dos impactos da sua atuação para a sociedade.

Leia mais: Do açaí à produção de barcos com energia solar, negócios da bioeconomia não são apenas uma tendência

Quais são os benefícios da exploração sustentável?

A exploração sustentável gera ganhos em diferentes frentes. O mais claro deles são os impactos positivos no meio ambiente.

A partir de iniciativas focadas na bioeconomia, é possível reduzir o desmatamento e preservar a diversidade dos biomas. Indo um passo além, podemos incluir as ações que recuperam e restauram o que foi perdido.

Há também os ganhos econômicos diante das novas demandas globais. Governos, empresas, investidores e consumidores buscam produtos e marcas que se alinhem (e promovam) à preservação ambiental.

Ademais, a exploração sustentável, sobretudo a partir de negócios da bioeconomia, também consegue ativar novas cadeias produtivas. Isso colabora não apenas para a valorização e manutenção da diversidade, mas para a geração de valor para mais pessoas e regiões;

Os reflexos também podem ser sentidos do ponto de vista social, uma vez que muitas dessas cadeias envolvem povos originários e comunidades tradicionais. O resultado é inclusão socioeconômica, geração de oportunidades e renda.

Leia mais: Qual a importância de fomentar a bioeconomia na Amazônia

Como funciona a exploração sustentável na Amazônia?

Existem muitas formas de conciliar a exploração de atividades econômicas com a sustentabilidade na Amazônia.

Para isso, no entanto, é preciso mudar a lógica vigente e impulsionar empreendimentos de impacto socioambiental que ajudem a preservar e proteger o bioma.

A exploração sustentável da Amazônia deve romper com o modelo exploratório que tem causado níveis de desmatamento consistentemente elevados – e a consequente emissão de gases na atmosfera.

Alguns exemplos de atividade econômicas baseadas na exploração sustentável são:

Agroflorestas

As agroflorestas são um modelo de desenvolvimento que alia a preservação da natureza com a produção de insumos alimentícios (pecuária e agricultura), gerando empregos, mantendo a cobertura florestal e garantindo a segurança alimentar da população.

Produtos florestais

A ativação de cadeias de produtos florestais como frutas, castanhas e insumos derivados, com foco em espécies nativas, pode trazer renda para as populações locais, manter vivos seus conhecimentos e saberes e ajudar a valorizar a floresta em pé e a biodiversidade.

Restauração de áreas degradadas

A restauração e recuperação de ecossistemas desempenha um papel central na manutenção das espécies nativas da fauna e da flora amazônica.

E isso passa também pela regularização de propriedades e produtores embargados. Empresas como a RestaurAgro atuam como consultoria e assessoria para auxiliar os produtores com a restauração e a conformidade com a legislação ambiental.

Infraestrutura

A região amazônica ainda convive com a precariedade de algumas infraestruturas, tanto para a própria população quanto para as empresas e o escoamento do que é produzido. Acesso à internet, transporte e fontes de energia renovável são fundamentais para reduzir essas lacunas e garantir o acesso a serviços básicos. E, para isso, os negócios da bioeconomia são essenciais.

Para saber mais sobre a importância e o papel da exploração sustentável na região, baixe agora o infográfico A floresta em pé e a bioeconomia na Amazônia!