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As emergências globais atuais deixam claro que o atual modelo de produção agropecuária não é mais sustentável. Assim como a atividade industrial, o cultivo de alimentos e a criação de animais, da forma como se dão hoje, causam grande dano ao meio ambiente, degradando biomas, esgotando recursos naturais e causando a extinção de espécies.

Felizmente, existem alternativas, como as agroflorestas. Espelhando-se nos ecossistemas naturais, esse sistema de produção baseia-se na sinergia entre plantas e animais nativos de uma região para resguardar a biodiversidade e garantir um cultivo sustentável e regenerador.

A seguir, vamos nos aprofundar neste conceito e conhecer seus benefícios. Boa leitura!

O que é uma agrofloresta?

Agrofloresta (ou sistema agroflorestal – SAF) é um modelo de desenvolvimento sustentável que alia a preservação do meio ambiente com a produção de alimentos (plantações e pecuária).

Isso se dá a partir da conservação dos recursos naturais da floresta (fauna e flora) e da adoção de boas práticas de manejo. Essas medidas incluem, por exemplo, o revezamento de culturas, o uso de adubos verdes e o aumento da cobertura arbórea. 

Tudo isso propicia uma melhor qualidade do solo, com redução do uso de químicos, diminuição da exposição à radiação solar, potencialização dos nutrientes e controle da erosão, além de favorecer a biodiversidade e a qualidade dos alimentos produzidos.

O objetivo das agroflorestas, portanto, é reduzir e mitigar os impactos ambientais gerados pela atividade agropecuária, sobretudo o esgotamento do solo e das fontes de água, e a redução da flora e da fauna nativas.

Como fazer uma agrofloresta?

A agrofloresta se baseia na dinâmica natural dos ecossistemas. Para alcançar os objetivos propostos, combinam-se espécies florestais perenes com cultivos sazonais e a criação limitada de animais.

Para isso, é fundamental que a implementação de uma agrofloresta considere a região em que ela se encontra. É preciso analisar as espécies nativas, o que se costuma cultivar ali, o tipo de solo, os animais e as condições de temperatura e precipitação. Conhecer as pragas e doenças mais propícias na região e nas diferentes espécies também é vital.

A partir desta constatação deve ser feito um planejamento de quais cultivos serão feitos na região. Isso se faz com base nas particularidades de cada espécie, como necessidade de luz solar ou sombra, possibilidade de crescimento em solo menos fértil, umidade, entre outros elementos compatíveis com o que será plantado.

O início da cultura se dá com a capina seletiva. Neste processo, são mantidas somente as plantas que ainda exercem alguma função na sucessão ecológica. O mesmo pode ser feito com animais. Apenas depois disso é que é realizado o plantio das espécies.

Leia mais: O que é bioeconomia e quais são os benefícios?

Quais são os benefícios do sistema agroflorestal?

Uma das grandes vantagens das agroflorestas é a possibilidade de uma maior equilíbrio entre os interesses de mercado e a preservação do meio ambiente. Nestes sistemas, é possível produzir alimentos e outros insumos (como madeira) de forma que não gere a degradação e o esgotamento dos biomas.

Isso é essencial, por exemplo, para suprir a possibilidade de cultivo a longo prazo e, assim, suprir a demanda mundial por alimentos. No modelo atual de produção, o solo e os recursos hídricos são prejudicados, levando, inclusive, ao processo de savanização de ecossistemas.

Como vimos, com as agroflorestas, o solo se mantém fértil e com boa circulação de nutrientes. Com isso, não apenas se reduz o risco de erosão, como se consegue uma maior capacidade de infiltração da água e de controle biológico de espécies invasoras e pragas.

Por fim, a produtividade das agroflorestas é outro benefício importante. Esses sistemas não permitem apenas a conservação de biomas, mas também atuam na recuperação de áreas degradadas. Isso promove a biodiversidade e favorece a variabilidade de espécies cultivadas.

Como as agroflorestas podem ajudar o planeta?

Diante dos desafios climáticos e sociais do planeta, as agroflorestas são uma das principais respostas que podem ser dadas para mitigar os efeitos da ação humana na natureza.

Há uma relação direta entre esses sistemas e o conceito de bioeconomia. Afinal, ambos se propõem a alterar a forma de produção atual e propõem alternativas mais sustentáveis para ajudar na conservação de plantas, animais e biomas, além de gerar valor com bases cadeias mais diversas e bioprodutos.

Outro ponto de convergência é a questão social. Isso porque a inserção das comunidades locais e povos originários – bem como de seus conhecimentos, técnicas e tecnologias ancestrais – nas cadeias produtivas é imprescindível para alcançar os objetivos ambientais e também promover sua inserção socioeconômica.

Toda essa transformação só será possível por meio da ação conjunta de empresas, organizações, governos, comunidades locais e programas de desenvolvimento. Juntos, eles devem dar suporte à inovação e empreendimentos de impacto socioambiental – inclusive pela valorização das agroflorestas em detrimento de grandes latifúndios de monocultura.

Saiba qual é a importância de fomentar a bioeconomia na Amazônia e como desenvolver negócios de impacto na região!