A bioeconomia na Amazônia é um modelo que utiliza biodiversidade e recursos naturais, aliando tecnologia para criar produtos e serviços sustentáveis, com impacto positivo nas florestas e comunidades.
Com forte apoio global, como da União Europeia, essa economia visa reduzir os efeitos das mudanças climáticas e substituir combustíveis fósseis, abrangendo áreas como biotecnologia, energia e cosméticos.
Neste artigo, entenda como a bioeconomia impulsiona o desenvolvimento econômico da Amazônia e seus principais benefícios. Confira!
>> Leia também: O potencial da bioeconomia para o desenvolvimento dos negócios na Amazônia.
O que é bioeconomia e qual o seu potencial
A bioeconomia é um modelo de desenvolvimento que valoriza a biodiversidade e os recursos naturais, empregando novas tecnologias para criar um ambiente sustentável e gerar novos produtos, processos e serviços.
O termo bioeconomia ganhou força a partir da primeira década deste século, quando passou a ser utilizado pela União Europeia e pela OCDE como parte dos seus esforços para promover um sistema produtivo mais sustentável e pautado na biotecnologia.
Desde então, o conceito de bioeconomia está no centro dos debates globais acerca da mitigação das mudanças climáticas, orientando a uma mudança de paradigma.
E não se trata apenas de mudanças que possam ser consideradas mais óbvias, como a substituição de combustíveis fósseis por alternativas renováveis, como os biocombustíveis.
A bioeconomia também envolve desde soluções para a indústria farmacêutica até novas formas de produção de alimentos, cosméticos e geração de energia.
Na Amazônia, a bioeconomia possui um potencial único devido à sua vasta diversidade biológica, permitindo a criação de soluções de alto valor agregado que incentivam a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico.
De acordo com o relatório “Financiando uma Bioeconomia Global Sustentável”, até 2050, a bioeconomia será essencial para promover uma economia de baixo carbono e poderá movimentar cerca de US$30 trilhões ao ano.
Com isso, o incentivo ao modelo da bioeconomia para a Amazônia pode fortalecer a economia local, estimulando atividades que preservem a floresta em pé e gerem novas oportunidades por meio da inovação biotecnológica, posicionando a região como referência em sustentabilidade.
Como a bioeconomia impulsiona o desenvolvimento econômico da Amazônia
A bioeconomia impulsiona o desenvolvimento econômico da Amazônia ao aproveitar sua biodiversidade para gerar produtos e serviços inovadores em setores que vão da biotecnologia, a energia renovável até mesmo a produção de alimentos e bebidas.
Esse modelo incentiva práticas sustentáveis que fortalecem a economia local, criando empregos e agregando valor aos recursos naturais preservados.
Além disso, ao se alinhar com uma economia de baixo carbono e o propósito de conservar a floresta em pé, a bioeconomia atrai investimentos globais e promove a conservação ambiental, consolidando a Amazônia como líder em soluções sustentáveis.
Os benefícios da bioeconomia na Amazônia
Manter a floresta em pé traz benefícios socioambientais importantes, como a transição para uma economia de baixo carbono, contribuindo para a mitigação da crise climática.
No âmbito social, essa prática gera emprego e renda para comunidades tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas e indígenas, preservando suas culturas e modos de vida.
Além dos ganhos socioambientais, há também vantagens de mercado, pois produtos sustentáveis são cada vez mais valorizados, atraindo investimentos e consumidores que buscam opções ecologicamente responsáveis. A seguir, confira alguns desses benefícios.
>> Leia também: Como startups da Amazônia impulsionam a bioeconomia do país
Para novos negócios
A bioeconomia na Amazônia oferece uma oportunidade estratégica para novos negócios, ao unir desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Num cenário onde o desafio vai além do uso sustentável para a restauração de recursos, a tecnologia e a inovação biotecnológica tornam-se essenciais para modelos de menor impacto.
A bioeconomia promove o uso eficiente de recursos, como a água, e o aproveitamento de insumos amazônicos para produtos sustentáveis, atendendo à crescente demanda por soluções ecológicas.
Com uma biodiversidade única, a Amazônia fornece materiais primários exclusivos que permitem a inovação em setores diversos, criando nichos de mercado e fortalecendo a economia local.
Esse modelo beneficia tanto os empreendedores quanto as comunidades tradicionais, impulsionando negócios que priorizam a responsabilidade ambiental e atraem consumidores conscientes e investidores.
A bioeconomia representa, assim, uma via promissora para novos negócios que desejam se destacar em um mercado cada vez mais atento à sustentabilidade.
Para indústrias e grandes empresas
Investir em negócios inovadores da bioeconomia representa uma oportunidade estratégica para grandes empresas. Esse investimento permite a diversificação de portfólios e o acesso a inovações valiosas.
Por exemplo, ao apoiar empresas que desenvolvem bioprodutos ou tecnologias sustentáveis, grandes corporações podem obter soluções mais eficientes. Isso resulta na redução de custos operacionais e no fortalecimento da imagem da marca. Essas parcerias ajudam os negócios a crescer, enquanto posicionam as empresas investidoras como líderes em um mercado que valoriza a sustentabilidade.
Além de ser uma oportunidade, o investimento na bioeconomia tornou-se uma necessidade. Os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade dos produtos que compram. Eles exigem que as empresas adotem práticas responsáveis e transparentes.
Além disso, a legislação internacional também pressiona por essa mudança. Um exemplo claro é a exigência de rastreabilidade na cadeia produtiva para exportação à União Europeia.
Nesse cenário, a colaboração com negócios da bioeconomia permite que grandes empresas codesenvolvam soluções inovadoras. Essas parcerias ajudam as empresas a se conectar com produtos e mercados emergentes.
A conexão com negócios da bioeconomia também oferece a chance de testar novos produtos e desenvolver novas soluções. Isso é crucial para o crescimento sustentável tanto de grandes empresas quanto da Amazônia.
Como impulsionar negócios da bioeconomia na Amazônia
O desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia exige um compromisso amplo entre empresas, governos e iniciativas de impacto social, como a Jornada Amazônia, que oferece programas que apoiam empreendedores no setor.
Grandes empresas desempenham um papel fundamental ao investir em startups de bioeconomia, promovendo a inovação em produtos sustentáveis que atendem às demandas socioambientais. Esse suporte fortalece cadeias produtivas locais e preserva a floresta.
Com relação a parte governamental, desde 2019, o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) executa um programa voltado à bioeconomia. O objetivo é integrar pequenos agricultores e comunidades tradicionais às cadeias produtivas sustentáveis.
Já o Ministério de Relações Exteriores (MRE) também tem adotado iniciativas importantes, liderando, nos últimos anos, uma plataforma com foco nas fontes de bioenergia.
O impulso à bioeconomia depende também de pessoas e entidades preparadas para desenvolver tecnologias, soluções e também promover a conexão desse conhecimento.
Para isso, é necessário um esforço de coordenação política, que crie políticas públicas voltadas para a bioeconomia, envolvendo os setores econômicos e atraindo o interesse privado.
Fornecer assistência técnica – juntamente com a promoção de inovações tecnológicas – também é necessário para o desenvolvimento de novos negócios, principalmente com a participação das comunidades locais.
Estimular novos negócios sustentáveis não deve ter como base apenas o potencial financeiro, mas também considerar todos os seus impactos econômicos, ambientais e sociais.
A Amazônia é repleta de exemplos bem-sucedidos de empreendimentos que sabem explorar os recursos únicos da floresta, enquanto promovem sua preservação. O manejo comunitário do pirarucu (um dos maiores peixes de água doce do mundo) é um dos maiores exemplos.
Por meio de ações sustentáveis, a iniciativa salvou a espécie da extinção e, ao mesmo tempo, promoveu renda e sustento para as comunidades locais. Isso só mostra como estimular a organização social por meio da inovação pode trazer frutos para o Brasil e para todo o planeta.
Esse cenário de colaboração e inovação ajuda a criar novos mercados e aumentar a competitividade, munindo organizações e comunidades com conhecimento técnico e tecnológico para contribuição de novos negócios sustentáveis.
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