Considerada fundamental para o futuro do planeta, a preservação da Amazônia não apenas se destaca por seu papel no equilíbrio ambiental, térmico e climático; a floresta em pé possui um potencial econômico gigantesco para o Brasil.
A partir da bioeconomia e da valorização da biodiversidade e dos conhecimentos das comunidades locais, é possível aumentar a competitividade da floresta por meio de empreendimentos de impacto inovadores.
Diante de novas demandas globais, a aposta na sustentabilidade pode trazer mais rendimentos ao País do que o atual modelo de exploração. Isso é fundamental não só no âmbito do combate às mudanças do clima, mas para a geração de renda e oportunidade para as comunidades que cuidam da floresta.
O que é capacidade amazônica
Criado pela Jornada Amazônia, o conceito de capacidade amazônica diz respeito ao potencial da bioeconomia na região. Essa expressão considera a vocação e oportunidade do território de comportar um modelo de desenvolvimento que une prosperidade econômica com sustentabilidade e uma perspectiva estratégica sobre a floresta, tanto como provedora de recursos como por sua essencial contribuição para o clima.
A tese da capacidade amazônica está ancorada em dados. Segundo estimativas do Banco Mundial, por exemplo, a preservação da floresta amazônica em pé vale o equivalente a R$ 1,5 trilhão por ano. Isso representa cerca de sete vezes o lucro obtido pelas formas de exploração atual do bioma.
Hoje, a participação de produtos originados na floresta amazônica e da sua biodiversidade representam apenas 0,17% do total das exportações brasileiras. No entanto, de acordo com o Ministério da Fazenda, com o estímulo à bioeconomia, é possível ampliar essa participação para 2%.
E outros dados reforçam essa previsão: estudos da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) mostram que a bioeconomia pode gerar faturamento adicional para a indústria de US$ 284 bilhões por ano até 2050.
O objetivo, aqui, deve ser criar e reforçar a competitividade da floresta em relação a outros usos da terra que impliquem na sua derrubada. Em outras palavras, é tornar a preservação mais valiosa, do ponto de vista mercadológico, do que outras formas de exploração. E isso se dá a partir do empreendedorismo de impacto.
O papel dessas empresas é criar valor e escala econômica a partir da inovação e distribuir esse valor até a floresta. Esse ciclo é fundamental para que se possa, de fato, gerar valor para o bioma.
Importante dizer que essa transferência de valor também acontece por intermédio das comunidades locais que cuidam da floresta – por meio de negócios comunitários, cooperativas e iniciativas agroflorestais. Por isso, é de extrema importância incluí-las nas cadeias de bioeconomia, fazendo com que esse valor chegue até a base.
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Como ativar a capacidade amazônica dos negócios
Se a bioeconomia é fundamental para uma mudança de paradigma na floresta, é preciso entender, por outro lado, que ela deve acontecer de forma a desenvolver diferentes cadeias na região.
O caminho, aqui, é inspirar e induzir modelos de desenvolvimento que tenham a capacidade de prosperar junto com a floresta.
Portanto, ativar a capacidade amazônica refere-se ao alinhamento da visão dos negócios à grandiosidade e plenitude da floresta. E, ainda, à conexão com outras pessoas, empreendedores, mercado, e a todo o ecossistema de inovação, contribuindo para o crescimento junto ao bioma.
Nesse sentido, é importante entender que a floresta deve ser entendida como sujeito de um novo modelo de desenvolvimento, não apenas como objeto constituinte desse processo.
A floresta deve, portanto, ter voz ativa nos negócios, conduzindo-os à inovação e orientando o mercado. Isso deve ser feito de forma a considerar as capacidades das cadeias produtivas de evoluírem e gerarem resultados positivos para a região.
Sendo assim, ativar a capacidade amazônica nos negócios consiste em alinhar a estratégia de cada empresa à essa visão – e prosperar juntamente com a floresta.
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Programas que apoiam negócios de impacto
Para que a diversificação das cadeias de bioeconomia da floresta seja possível, se faz necessário o desenvolvimento de um ecossistema de inovação. Isso porque é a inovação que vai permitir fazer a ponte entre a floresta, os negócios comunitários e a indústria.
Felizmente, existe uma série de iniciativas para o fortalecimento desse ecossistema e para a promoção de negócios inovadores de impacto. É o caso dos programas da Jornada Amazônia. Juntos, eles ajudam a conectar as necessidades dos empreendedores com os recursos do ecossistema de inovação.
O Programa Gênese atua no despertar de novos talentos e ideias para a bioeconomia e para o empreendedorismo de impacto. O Programa Sinapse da Bioeconomia, por sua vez, dá o suporte necessário para que as boas ideias se tornem empreendimentos bem-sucedidos. Por fim, o Programa Sinergia auxilia esses negócios já estabelecidos a superar os desafios do mercado.
A partir dessas três iniciativas, a Jornada Amazônia se destaca como uma plataforma completa, que abrange todos os momentos do processo de inovação. Em vez de uma solução, ela é um elemento mobilizador do ecossistema para ajudar a resolver os desafios da floresta.
Acesse nosso post e saiba como a Jornada Amazônica ajuda a fomentar a inovação nas cadeias de bioeconomia!