A produção de mandioca na Amazônia tem um papel fundamental na cultura alimentar da região. Desde o cultivo até o comércio de seus derivados, como farinha, tucupi e tapioca, a mandioca movimenta a economia local e sustenta milhares de famílias.
Além de sua relevância econômica, a bioeconomia aplicada à cadeia produtiva da mandioca impulsiona práticas sustentáveis, estimula a inovação e fortalece a valorização dos recursos naturais da floresta.
Neste artigo, conheça o potencial da mandioca para a bioeconomia na Amazônia, suas diversas aplicações e como iniciativas regionais estão transformando esse setor. Confira!
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O potencial da mandioca para a bioeconomia na Amazônia
A mandioca é um dos principais pilares da cultura alimentar amazônica, sendo consumida de diversas formas e presente no dia a dia das comunidades.
A produção é necessária para a economia local, pois garante o sustento de milhares de famílias que cultivam e comercializam seus derivados, como farinha, tucupi e tapioca.
Segundo pesquisa do Cepea/Esalq-USP em parceria com a Abam, o volume de mandioca processado na indústria de fécula em 2024 atingiu 2,64 milhões de toneladas, superando o total registrado em todo o ano de 2023.
Esse crescimento evidencia a relevância econômica do produto, tanto para a indústria quanto para os pequenos produtores.
Além disso, a tendência é que a produção continue em expansão. Segundo pesquisa do IBGE, a previsão para 2025 indica um aumento na produção de mandioca no Amapá.
O levantamento mensal acompanha o cultivo desde o plantio até a colheita, reforçando a importância dessa cultura para a região.
Aplicações da mandioca
A mandioca vai muito além da farinha e da tapioca, sendo uma matéria-prima versátil para diversos setores. Sua fécula é utilizada na produção de alimentos processados e também na indústria farmacêutica.
A mandioca também é uma alternativa sustentável na produção de bioetanol e bioplásticos, contribuindo para a redução do uso de combustíveis fósseis e plásticos convencionais.
Outra aplicação é a fabricação de ração animal, aproveitando subprodutos do cultivo para a alimentação de rebanhos. Essa diversidade de usos reforça a relevância econômica e ambiental da produção de mandioca, tornando-a essencial para diferentes setores.
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Como negócios da Amazônia usam a mandioca para movimentar a bioeconomia
Diversas empresas na Amazônia têm utilizado a cadeia produtiva da mandioca como alicerce para contribuir para a bioeconomia regional, valorizando a cultura local e promovendo a sustentabilidade.
A Apoena Agroindústria, por exemplo, dedica-se à agroindústria e ao comércio de produtos amazônicos, incluindo farinha de mandioca e óleos vegetais.
Ao transformar esses recursos naturais, a startup gera valor econômico e fortalece a cadeia produtiva local, contribuindo para a conservação da floresta e o desenvolvimento das comunidades.
Outro exemplo é a Manioca, que desde 2014 transforma ingredientes amazônicos em alimentos naturais, práticos e saudáveis.
A empresa investe em inovação e trabalha diretamente com pequenos produtores, mantendo práticas de comércio justas e valorizando a biodiversidade regional.
Produtos como tucupi, cupuaçu e cumaru são processados e comercializados, levando os sabores da Amazônia para todo o Brasil e o mundo.
Já a Belterra atua junto a pequenos e médios produtores, promovendo práticas agroflorestais para a recuperação de áreas degradadas.
Ao implementar sistemas que incluem a produção de mandioca, a startup contribui para a sustentabilidade ambiental e para a geração de renda nas comunidades amazônicas.
Essas iniciativas exemplificam como a mandioca, um recurso abundante na região, pode ser transformada em produtos de alto valor agregado, impulsionando a bioeconomia e promovendo o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Como projetos podem fortalecer a cadeia produtiva da mandioca
A Amazon Artesanal é uma startup paraense que nasceu há sete anos com o objetivo de valorizar os produtos derivados da mandioca e fortalecer a agricultura familiar na região amazônica.
A empresa se destaca ao transformar ingredientes tradicionais em produtos de alta qualidade e valor agregado, conquistando mercados dentro e fora do Pará.
Com uma gestão focada na sustentabilidade, a Amazon Artesanal identificou desafios estruturais na cadeia de produção de mandioca, como a dependência de insumos de outros estados e a falta de profissionalização no cultivo.
Para solucionar esses entraves e garantir um fornecimento mais estável e acessível, a startup iniciou um projeto inovador: a implantação de uma fecularia na região.
O projeto da fecularia surge como uma solução estruturante para fortalecer a cadeia produtiva da mandioca no Pará, reduzindo a dependência de insumos vindos do sul do país e estimulando a produção local de forma organizada e sustentável.
Alinhada com os principais objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, a fecularia beneficia pequenos produtores ao assegurar a compra da produção, incentivar boas práticas agrícolas e promover a regularização fundiária das terras cultivadas.
A Amazon Artesanal está inserida em um ecossistema colaborativo que envolve instituições de pesquisa, governos e setor privado, criando um modelo de negócio que une impacto social, conservação ambiental e desenvolvimento econômico na Amazônia.
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