Desafios socioambientais, como fome, desigualdade, mudanças climáticas e esgotamento dos recursos naturais, estão no centro do debate e das metas relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
Governos, empresas e organizações internacionais se debruçam sobre o tema para encontrar soluções e traçar acordos que permitam unir o desenvolvimento econômico à preservação do meio ambiente e melhoria da condição de vida das pessoas.
A seguir, vamos entender como o desenvolvimento sustentável se relaciona a esses objetivos e o panorama brasileiro atual. Acompanhe!
O que é desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável foca no atendimento das necessidades atuais da sociedade, mas sem que isso represente um risco para as gerações futuras. Trata-se, portanto, de garantir o avanço econômico e, ao mesmo tempo, evitar o esgotamento dos recursos naturais e materiais.
Criado pela ONU, o conceito de desenvolvimento sustentável se volta não apenas para a preservação do meio ambiente, mas também para a redução de desigualdades.
Para as empresas, isso tem relação direta com as práticas ESG, pois pressupõe uma abordagem holística, em que fatores ambientais, sociais e de governança são avaliados e seus impactos, mensurados.
Os objetivos do desenvolvimento sustentável
Para dar um horizonte mais claro a respeito do tema, a ONU definiu, em 2015, no escopo da chamada Agenda 2030, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a serem alcançados até 2030.
Os ODS abrangem medidas socioambientais nas mais diversas frentes. São eles:
- Erradicação da pobreza;
- Fome zero e agricultura sustentável;
- Saúde e bem-estar social;
- Educação de qualidade;
- Igualdade de gênero;
- Saneamento e água potável;
- Energia limpa e acessível;
- Trabalho decente e crescimento econômico;
- Indústria, inovação e infraestrutura;
- Redução das desigualdades;
- Cidades e comunidades sustentáveis;
- Consumo e produção responsáveis;
- Ação contra mudança global do clima;
- Vida na água;
- Vida terrestre;
- Paz, justiça e instituições eficazes;
- Parcerias e meios de implementação.
O panorama do desenvolvimento sustentável no Brasil
Os objetivos de desenvolvimento sustentável são uma proposta para todos os países. Para sua efetivação foi criado o Pacto Global da ONU, uma iniciativa voluntária que envolve CEOs de empresas com o objetivo de adotar a sustentabilidade e implementar ações que ajudem a alcançar os ODS.
O projeto está presente em 164 países e, desde 2003, inclui o Brasil. Atualmente, o País é a segunda maior rede do Pacto, com mais de 900 participantes e mais de 60 projetos em áreas como, saneamento, alimentação, energia, direitos humanos, comunicação etc.
Além disso, no Brasil, uma das medidas tomadas nesse sentido foi a criação da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS), instituída em 2023.
O foco da comissão é organizar as metas da Agenda 2030 no País, estimulando a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável tanto no governo (municipal, estadual e federal) quanto na sociedade civil (empresas e instituições).
A iniciativa privada também caminha nesta direção. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Instituto FSB, 94% dos executivos brasileiros enxergam ações de sustentabilidade como uma oportunidade.
Isso inclui ações socioambientais junto à sociedade e também medidas internas, voltadas por exemplo ao aumento da eficiência no uso dos recursos e à transição para uma economia de baixo carbono.
Para isso, o setor industrial brasileiro lançou uma proposta para o desenvolvimento sustentável baseada em quatro pilares:
- Economia Circular;
- Mercado de Carbono;
- Transição Energética;
- Conservação Florestal.
As startups brasileiras também avançam no sentido do desenvolvimento sustentável. A partir do empreendedorismo de impacto com foco na bioeconomia e na adoção de tecnologias verdes, esses empreendimentos criam soluções e inovações aliando as preocupações socioambientais a um modelo de negócio compatível com o mercado.
Iniciativas que ajudam a promover o desenvolvimento sustentável
Muitas ações já vêm sendo tomadas no escopo dessas propostas do governo e da iniciativa privada para garantir o desenvolvimento sustentável, como o investimento em fontes renováveis de energia, programas de recuperação socioambiental e exploração racional dos recursos.
Claro que medidas do tipo são fundamentais, mas as empresas podem ir além e pensar diferentes aspectos da sua cadeia que podem ser otimizados.
Um exemplo é a logística reversa. Existem startups no Brasil que abordam esse processo sob a perspectiva da economia circular. A Circular Brain é um exemplo disso. A startup remunera recicladores de equipamentos eletrônicos e vende créditos de reciclagem com dados de gestão de logística reversa para os fabricantes.
O uso da água é outra preocupação global. Estima-se que, no Brasil, mais de 40% da água é perdida durante o processo de distribuição. Somente o volume perdido seria o suficiente para atender 35 milhões de pessoas.
Para solucionar o problema, empresas brasileiras devolveram tecnologias de redução de perdas. É o caso da Stattus4, startup que usa inteligência artificial para monitorar a rede de abastecimento em tempo real e identificar pontos de vazamento.
Frente a desafios socioambientais como estes, a bioeconomia e a floresta em pé são parte crucial das soluções para a transição para uma economia regenerativa, justa e de baixo carbono.
A criação de um modelo voltado ao desenvolvimento sustentável, focado na redução da emissão de carbono e na conservação da biodiversidade é o que caracteriza os negócios da bioeconomia.
Potencial para soluções que valorizem a biodiversidade
A partir de um novo modelo de negócio e da adoção tecnologias verdes, é possível desenvolver novas soluções que sejam menos dependentes da exploração dos recursos naturais e que valorizem a biodiversidade dos biomas. E há um enorme potencial para o desenvolvimento de negócios de impacto e de soluções inovadoras nesse sentido.
Nesse contexto, inovação é uma das principais características. A disrupção colabora para o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis e que gerem valor a partir da floresta em pé.
No caso da Amazônia, por exemplo, a floresta preservada representa um ecossistema único para o desenvolvimento da bioeconomia.
Se já existem cadeias bem-sucedidas, como o açaí e a castanha-do-pará, o fomento a novos empreendimentos de impacto favorece cadeias ainda mais diversas. Muitas trazendo o conhecimento dos povos amazônicos e integrando-os à inovação trazida pelas empresas.
Iniciativas como a Jornada Amazônia ajudam startups da bioeconomia a tirarem suas ideias do papel e as transformarem em soluções e modelos de negócios que fazem a diferença. Sobretudo para a valorização e manutenção da floresta em pé, indispensável quando pensamos no desenvolvimento sustentável do nosso país.
Para saber mais sobre o assunto, criamos o e-book A floresta em pé e a bioeconomia na Amazônia. Baixe e entenda!