Da colheita ao laboratório, da floresta à cadeia logística, o resultado do Sinergia 2025, divulgado no último dia 11 de agosto, revela o potencial inovador de negócios que nascem das oportunidades e dos desafios da Amazônia. Alimentos e bebidas, fitofármacos, biotecnologia, soluções para pesca, agronegócio e logística estão entre os segmentos contemplados nesta edição, que selecionou 30 iniciativas para integrar o ciclo 2025.
Cada negócio receberá suporte personalizado, que inclui mentorias, capacitações e conexões estratégicas voltadas a resolver gargalos e dores específicas, fortalecendo suas operações e criando condições para ganhar escala. O ciclo vai até dezembro, mas os negócios passam a integrar a Comunidade de Negócios da Jornada Amazônia, recebendo suporte contínuo e conectando-se a quase 300 empreendimentos já presentes na rede.
Entre os estados representados, Amazonas, Pará, Maranhão e Rondônia lideram a lista de selecionados, com destaque para o Amazonas, que desponta com 9 negócios, e a cidade de Manaus representando a sede de sete deles. O segmento de Alimentos e Bebidas foi o mais presente, reunindo 11 iniciativas, seguido por Serviços (4), Cosméticos (4), Agronegócio (3) e Biotecnologia (3). A maioria das soluções tem foco B2B e já está no mercado (12) ou em fase de protótipo e testes (15).
Colheita de açaí, bioplásticos e alimentos que transformam a bioeconomia e valorizam a biodiversidade
As startups selecionadas para o Sinergia 2025 reforçam o potencial da bioeconomia em gerar impacto econômico e socioambiental, combinando tecnologias e metodologias inovadoras. As 30 iniciativas atuam em cadeias produtivas que vão das frutas nativas, cacau e castanha aos óleos e manteigas vegetais, produtos florestais madeireiros, bioprospecção (P&D&I), entre outras cadeias.
No setor do açaí, a Agranus (RR) aposta na colheita mecanizada e inteligente, reduzindo riscos e aumentando a produtividade no campo. Já a AMAZÔR (PA) digitaliza e conecta toda a cadeia do açaí orgânico, garantindo rastreabilidade, certificações e relações diretas entre produtores e indústrias. A Agroindústria 4.0 (PA) leva tecnologia de ponta para a industrialização do fruto, beneficiando famílias agroextrativistas, com destaque para a forte participação feminina e jovem em sua gestão e operações.
Na gastronomia, a Amazônia Charcutaria Artesanal (AM) transforma peixes regionais em embutidos e defumados de alto valor agregado, promovendo o uso sustentável da biodiversidade. A pimenta Baniwa, beneficiada artesanalmente por mulheres da etnia, chega a novos mercados com o apoio da Apimentar Brasil (AM). Já a Bioplazon desenvolve embalagens compostáveis a partir de resíduos agroflorestais.
A inovação também vem de microalgas e bioativos. A Tamu Microalgas (AM) combina microalgas amazônicas ricas em proteínas, minerais e ácidos graxos com ingredientes nativos como camu-camu, açaí e jambú, criando superalimentos funcionais. A Kemizon (MA), por sua vez, produz vitaminas e antocianinas naturais de alta pureza e biodisponibilidade, extraídas do reaproveitamento de resíduos agroindustriais.
Desenvolvimento de tecnologias mais acessíveis
No campo da gestão, a IpiCred (AM) moderniza as cooperativas da agricultura familiar, organizando finanças e profissionalizando o crédito rural por meio de tecnologia e inteligência artificial, tornando acessível a administração integrada antes disponível somente às cooperativas de maior porte.
A Ceres Seeding (MG) desenvolve tecnologias e protocolos para o uso de drones autônomos em projetos de restauração ecológica, capazes de mapear áreas degradadas, realizar a semeadura de espécies nativas, controlar filtros biológicos, monitorar indicadores e acelerar processos com mais agilidade e menor custo.
Entre os alimentos e bebidas, a Sattva (SP) criou um substituto vegetal para manteiga de origem vegetal, utilizando produtos florestais como o cacau e cupuaçu, enquanto a Ri2all (MA) elabora blends de chás 100% vegetais com ingredientes nativos, orgânicos e sustentáveis.
No setor de cosméticos e biotecnologia, a Tekohá cria maquiagens veganas com bioativos amazônicos. As embalagens são biodegradáveis e a produção capacita mulheres de comunidades extrativistas, gerando renda local e fortalecendo a floresta em pé.
Conheça a lista completa de negócios e soluções selecionadas